Consulta do recém-nascido

Consideramos “recém-nascido” o bebê de até 28 dias. Esse é um período de muitos desafios e muitas fragilidades para o binômio. Por isso, idealmente a primeira consulta do recém-nascido deve acontecer na primeira semana de vida do bebê, de 2-3 dias após a alta hospitalar.

O que avaliamos nessa consulta:

  • Amamentação: se a mãe teve apojadura, se apresenta dor durante as mamadas, fissuras mamárias ou dificuldade de posicionar o RN ao seio. Dificuldades de sucção próprias do RN como hipotonia muscular, frênulo curto ou déficit no reflexo de sucção. Caso o bebê tenha recebido alta em uso de fórmula vamos avaliar por uma soma de fatores se é possível transcionar para o aleitamento materno exclusivo.
  • Hidratação: padrão de xixi e evacuações e condição de hidratação geral do bebê
  • Sono: a família será orientada sobre o padrão normal de sono do Rn e como já desde o começo estabelecer estratégias que ajudem o bebê a dormir bem.
  • Higiene: cuidados com a pele do bebê, banho, hidratação, higiene genital e higiene do coto umbilical
  • Suplementação: alguns suplementos nutricionais já serão inciados a partir dessa consulta
  • Saúde materna: será avaliada a alimentação e suplementação da mãe, a rede de apoio e a saúde emocional da mãe com ênfase nos sinais de alerta para blues puerperal e depressão pós parto
  • Dúvidas: essa consulta é também uma oportunidade para a família tirar todas as dúvidas que surgem em relação aos cuidados com o recém-nascido

Sono do recém-nascido

 

            O Rn precisa dormir por longos períodos, em média de 16-20 horas por dia. Isso mesmo, o esperado é que ele passe a maior parte do tempo dormindo. Mas existe um ponto que ninguém explica é que essas muitas horas de sono não são contínuas. O RN dorme e acorda diversas vezes ao longo do dia e da noite, as vezes de hora em hora. Outro ponto importante é que muitos recém-nascido tem necessidade de estar constantemente em contato com as mães ou mantendo a sucção ao seio, então grande parte dessas horas de sono só acontecem de fato se for no colo ou na cama compartilhada. E isso pode ser muito desafiador para a família no começo. E tem mais!! Muitos bebês apresentam os chamados “distúrbios funcionais do trato gastrointestinal”, que são as cólicas, disquezia, regurgitações, gazes e constipação. E quando apresentam esses sintomas, eles podem atrapalhar e muito o sono do bebê, inclusive o sono noturno. Tenho certeza que já ouviram o relato de alguma mãe de que o bebê não conseguia dormir por “dor na barriguinha”. Isso significa que o sono do bebê é influenciado por muitos fatores.

            O sono é regulado por 3 fatores: ciclo circadiano (ficar acordado de dia e dormir a noite), produção de melatonina (hormônio indutor do sono) e o ritmo biológico em que a “bateria” vai gastando, gerando cansaço e a necessidade de descansar. Mas nosso bebê nasce com todos esses fatores muito imaturos, que vão se densenvolvendo a medida que o bebê vai crescendo, concretizando por volta do terceiro mês. Por isso não espere que desde os primeiros dias seu bebê consiga dormir por horas seguidas a noite, porque isso não é o fisiológico dele. Quanto mais realistas forem suas expectativas em relação ao sono do bebê, mas fácil será lidar com os despertares, que vão acontecer.

            O ciclo circadiano não está regulado ao nascimento por uma razão muito simples: no útero está sempre escuro, é como se sempre fosse noite. E o bebê tem um ritmo próprio. Tem mães que relatam por exemplo que o bebê se mexe mais a noite, outras durante o dia. Além disso, a visão do bebê é muito limitada ao nascimento, e ela só vai melhorar a medida que o bebê é exposto a luz natural. O bebê precisa APRENDER que a noite é para dormir e de dia é para ficar acordado. Por isso é muito importante que a família tenha rotina. Ao entardecer comecem a reduzir o barulho e a luninosidade da casa. Criem um ritual com o bebê que envolva o banho, massagem, canções de ninar, contato pele-a-pele e a alimentação. E a partir das 20 horas mantenham o bebê no quarto que ele vai dormir, sempre utilizando o mínimo de luminosidade possível nos despertares para mamar. As fraldas só precisam ser trocadas a noite se estiverem muito cheias ou se houver evacuações. E ao amanhecer (para o bebê pode ser muito cedo, por volta das 5 horas da manhã) sai do quarto com o bebê e o exponha a luminosidade natural. Ao longo do dia, durante as mamadas e períodos que o bebê estiver acordado, leve para locais iluminados (luz natural).

            A produção de melatonina só vai acontecer pelo bebê por volta do terceiro mês. Até lá ele recebe esse hormônio da mãe através do leite. Esse hormônio só é produzido a noite, por isso é importante que  a mãe tente dormir a noite nos intervalos entre as mamadas.

            Já o ritmo biológico do bebê precisa ser atentamento observado pelos pais. O bebê dá sinais de sono que os pais precisam aprender a reconhecer, e diante desses sinais, ajudar o bebê a adormecer, seja amamentando, ninando, levando para o quarto mais escuro. Quando o bebê está cansado e não consegue dormir ele tende a ficar muito irritado e pode entrar em um ciclo de privação de sono, aumentando a secreção dos hormônios do estresse que vão dificultar ainda mais esse sono. Então se antecipe!! As sonecas do dia são muito importantes para que o bebê se mantenha relaxado. Nunca acorde o bebê de uma soneca acreditando que com isso ele vai dormir melhor, isso é um ato falho e vai dar muito errado. Também não faça as sonecas com o bebê em locais muito iluminados ou com muito barulho, o bebê precisa de conforto nesse período.

            Entenda que muitos bebê só vão dormir bem se ficarem “grudadinhos” em suas mães. Isso faz parte do processo de exterogestação. Não lute contra essa necessidade do bebê achando que ele vai ficar mal acostumado ou que nunca vai conseguir dormir sozinho. Escolho suas batalhas! Muitas vezes uma soneca de 1 hora no sling será infinitamente melhor do que 10 minutos de soneca no berço.

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